Office in a Small City por Edward Hopper

Hipócrates

A fundação da medicina

 Hipócrates

(Cós, ilha grega próxima da Turquia, 460 a.C. – Tessália, 370 a.C.)

Cientista, nos padrões da definição clássica, considerado o precursor da medicina como a conhecemos. Quase nada se sabe sobre sua vida. Algumas traduções contam que ele vinha de uma família de mágicos da ilha de Cós, que seriam, por sua vez, descendentes diretos de Asclépio, o deus da medicina – algo dessa versão pode ser verdadeira, por exemplo, o fato de que seus antepassados tenham sido interessados em assuntos da saúde e tenham trabalhado como curandeiros, tanto quanto permitiam os conhecimentos da época, daí serem citados como magos. Embora as informações sobre sua vida sejam imprecisas, é possível também que ele tenha conhecido o Egito e lá tenha aprendido algo da tradição médica iniciada por Imhotep. A importância de seu trabalho é devida ao fato de ele rejeitar superstições, como rituais religiosos e crenças místicas que serviam de base ao curandeirismo, e procurar respostas por meio de observações e experiências. Ele supunha que certas doenças fossem mais comuns em algumas regiões do que em outras, o que envolveria fatores climáticos; que determinada etnia apresentasse maior propensão a uma patologia do que outra, assim como diversos males se devessem à qualidade da alimentação ou à hereditariedade – apenas isso bastaria para se eliminar a participação das crendices da época, de que as doenças podiam ser provocadas por maldições, invejas ou por desígnios divinos. Hipócrates fundou, em sua terra natal, a ilha de Cós, a primeira e mais organizada escola de medicina de que se tem notícia na Antiguidade, e foi por causa dessa instituição que ele passou a ser chamado o Pai da Medicina – e não propriamente por ter sido o primeiro médico da história. Deixou instruções para se chegar a diagnósticos por meio de observações minuciosas e notáveis padrões de procedimento. A racionalidade que o orientava deixa clara a presença do caráter científico de sua obra, como se observa neste conselho passado a seus discípulos: “Não deixem nada ao acaso. Não percam nenhum detalhe. Combinem as observações contraditórias. Não tenham pressa.”.

• O ritual solene praticado ao final dos cursos de Medicina chama-se Juramento de Hipócrates, embora não se tenha como certa sua autoria, podendo ser atribuída a estudiosos posteriores. Foi atualizado em 1948 pela Declaração de Genebra.

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(Imagens de pessoas tão antigas não são confiáveis. Muitas vezes são representações de um tipo étnico, não correspondendo às feições reais do indivíduo retratado.)

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