dos lugares a que pertenço sem que me pertença, cenário
das sombras que me espreitam
em lugares outros onde nunca estive:
pior do que isso, tão nitidamente quanto neste dia,
é sentir-me outro tempo, outro tempo
em que eu próprio não esteja aqui. Não me chamem pelo nome: o indivíduo
que eu era já não sou.
Tudo se perdeu após um último olhar às cidades do tempo. Intensidade de tudo o que é, ânsia
de registrar
como ao cristal-tempo resumir na palavra possível. E não saber mais onde termina o sonho do que sou
nem onde se abre o delírio sem mim.
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Imagem: Édouard Leon Cortès. Passeio à noite em Paris.
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