Um mundo, em um futuro próximo, onde as fake news se tornaram comuns e convivem normalmente com as notícias reais. A democracia atingiu seu auge. A liberdade de expressão é amplamente aceita, sem restrições. Todos os veículos de imprensa publicam fake news: aqueles que, inicialmente, se recusavam a isso perceberam que estavam perdendo seu público para os concorrentes.

As fake news tornaram-se motivo de entretenimento e curiosidade, participam da vida diária dos cidadãos, e são tomadas a sério pela maioria das pessoas. Estudantes de jornalismo têm aulas sobre elas em disciplinas específicas, e os que se especializam como redatores de noticias falsas são mais bem remunerados que os demais colegas de profissão, já que lhes são exigidas mais criatividade e capacidade ficcional.

Nesse contexto, Marco, um jovem jornalista que trabalha para um periódico virtual, recebe uma mensagem anônima de alguém que se propõe a fazer uma grave denúncia. A princípio cético, conforme se sucedem os encontros com esse seu contato, ele percebe que está diante de um grande esquema de corrupção que compromete seriamente o governo federal, representado por um carismático e bem-sucedido primeiro-ministro. Enredado em uma situação perigosa e desafiadora, ele decide coletar o máximo de informações sobre essa invisível organização criminosa, que é acobertada pela própria imprensa, por meio de fake news bem elaboradas e funcionais.

No decorrer dessa aventura, Marco se envolve com uma jovem colega recém-formada que tem, como ele, uma pequena biblioteca de livros impressos, quando pouquíssimas pessoas ainda guardam livros em casa, já que todos têm acesso a arquivos virtuais.

As fake news, que se supõem inofensivas e com funções de entretenimento, também servem para encobrir ou tirar a atenção de crimes de toda sorte, quando envolvem pessoas ligadas ao poder político ou econômico, assassinatos que acabam esquecidos, em consequência da atuação permanente das chamadas pós-verdades.